arrolamentodebensO Arrolamento de bens é um dos meios de constrição de patrimônio quando o crédito tributário não é liquidado no tempo determinado.
Lembramos que o crédito tributário não recolhido aos cofres da Receita Federal do Brasil será sistematicamente e implacavelmente cobrado por ela através da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. Claro que existem procedimentos para isso, porém devemos lembrar que tais meios devem ser entendidos e acompanhados por profissional que tenha conhecimento técnico para que não haja percalços por esse caminho perigoso.
Abaixo apresentamos a Lei 9.532/97 em seu artigo 64 e 64-A, que trata de arrolamentos:
(…)
Art. 64. A autoridade fiscal competente procederá ao arrolamento de bens e direitos do sujeito passivo sempre que o valor dos créditos tributários de sua responsabilidade for superior a trinta por cento do seu patrimônio conhecido.
(…)
Art. 64-A. O arrolamento de que trata o art. 64 recairá sobre bens e direitos suscetíveis de registro público, com prioridade aos imóveis, e em valor suficiente para cobrir o montante do crédito tributário de responsabilidade do sujeito passivo. .(Incluído pela Medida Provisória nº 2158-35, de 2001)
Parágrafo único.  O arrolamento somente poderá alcançar outros bens e direitos para fins de complementar o valor referido no caput.       .(Incluído pela Medida Provisória nº 2158-35, de 2001)
§ 1o O arrolamento somente poderá alcançar outros bens e direitos para fins de complementar o valor referido no caput.        (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014)
§ 2o  Fica a critério do sujeito passivo, a expensas dele, requerer, anualmente, aos órgãos de registro público onde os bens e direitos estiverem arrolados, por petição fundamentada, avaliação dos referidos ativos, por perito indicado pelo próprio órgão de registro, a identificar o valor justo dos bens e direitos arrolados e evitar, deste modo, excesso de garantia.        (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014)
A Instrução Normativa  RFB nº 1.565, de 11 de maio de 2015 em seu artigo 4º se apresenta da seguinte forma:
(…)
Art. 4º Serão arrolados os seguintes bens e direitos, em valor suficiente para satisfação do montante dos créditos tributários de responsabilidade do sujeito passivo, excluído desse montante os créditos tributários para os quais exista depósito judicial do montante integral:
I – se pessoa física, os integrantes do seu patrimônio, sujeitos a registro público, inclusive os que estiverem em nome do cônjuge, desde que não gravados com cláusula de incomunicabilidade; e
II – se pessoa jurídica, os de sua propriedade, integrantes do ativo não circulante, sujeitos a registro público.
§ 1º São arroláveis os bens e direitos que estiverem registrados em nome do sujeito passivo nos respectivos órgãos de registro, mesmo que não declarados à RFB ou escriturados na contabilidade.
§ 2º O arrolamento será realizado na seguinte ordem de prioridade:
I – bens imóveis não gravados;
II – bens imóveis gravados;
III – demais bens e direitos passíveis de registro.
(…)
Lembramos ainda que outros bens podem ainda ser objeto de arrolamento ou penhora, são eles:
a. veículos automotores, ao órgão de trânsito dos Estados e do Distrito Federal;
b. embarcações, à Capitania dos Portos;
c. aeronaves, ao Departamento de Aviação Civil (DAC);
d. ações, à pessoa jurídica emissora;
e. quotas ou títulos patrimoniais de Bolsas de Valores, de Bolsas de Mercadorias, de Bolsas de Mercadorias e Futuros, de Entidades de Liquidação e Custódia ou de assemelhadas, à respectiva entidade;
f. quotas, à Junta Comercial do registro do contrato social da pessoa jurídica ou ao Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
Acreditamos  portanto que, por circunstancias obvias relacionadas à crise econômica que passa o País e, em especial as empresas nacionais, orientamos a todos cuidados especiais para que não sejam pegos despreparados com situações como essa.
 
Antonio Carlos Morad – Advogado especialista em Direito Empresarial e Fundador da Morad Advocacia Empresarial
 
CRÉDITO DA FOTOGRAFIA: WWW.DERECHOFINANCIEROTRIBUTARIO.COM
Artigo publicado no Jornal Diário de Notícias em 12/08/2015