Quando falamos na grande liquidação de estoque de novembro de todos os anos, pensamos em vantagens inigualáveis e parcelamentos alongados e sem juros que garantem facilidades ao pagar.
Ledo engano, Black Friday no Brasil é uma liquidação medíocre que não atinge na grande maioria dos casos os anseios e necessidades do consumidor.
No país de onde se originou essa grande peça de marketing o alvo principal é a limpeza do estoque e a capitalização e estocagem para um Natal com produtos de primeira geração ou lançamentos e atualizações de mercadorias.
No Brasil, o comerciante, seja ele grande ou pequeno, não se atreve a liquidar seu estoque abaixo do valor que pagou ao seu fornecedor. Essa é a grande jogada de marketing. O benefício acaba acontecendo nas vendas futuras e obviamente compensa os descontos altos aplicados.
Mas o comerciante nacional se sente inseguro, e o mais importante é que, ele sempre almejará o lucro imediato, não consegue prever ou visualizar suas vendas futuras, com melhores produtos e preços mais acessíveis. Em suma, o comerciante brasileiro não tem e não terá essa cultura por conta de suas inseguranças que paralisam qualquer condição diferente de tais costumes.
O consumidor, além de não se empolgar com o comércio estabelecido e já conhecido, parte para compras, buscando o Black Friday em plataformas de internet. São nesses comércios que assistimos as maiores reclamações e casos policiais com até 30% de fraudes acumuladas todo o ano.
Portanto, o acautelamento nesses casos, onde o consumidor procura maiores vantagens é onde estará o maior risco e prejuízo.
A melhor fórmula para não cairmos em arapucas é se antecipar ao menos um ou dois meses, fazer comparações de preços anteriores e atuais e, saber se compensa ou não se utilizar de seu cartão de crédito para adquirir bens que, de repente não seriam tão necessários assim para o momento do consumidor.
ANTONIO CARLOS MORAD
Advogado titular do escritório MORAD ADVOCACIA EMPRESARIAL