Nos últimos tempos vimos uma sistemática e continua demonstração de atitudes comprometedoras e corruptas virem a público para mostrar que não somente no meio político, mas também nos esportes esse terror existe de forma agressiva e brutal.
Muitos dos cartolas que agiram em nosso País na época da Copa do Mundo 2014 e obviamente antes de seu inicio, hoje estão totalmente desmoralizados. Investigações foram feitas com base em temas como corrupção, chantagem, lavagem de dinheiro entre outras coisas não menos nefastas.
Cartolas nacionais e internacionais hoje encontram-se presos, tendo seu patrimônio bloqueado junto aos processos judicias que certamente os punirão.
Além disso, somos obrigados a assistir ainda uma emissora de televisão agindo com esquemas também corruptos, comprando, com dinheiro sonegado e evadido depositado no exterior, direitos de imagens exclusivas sob a Copa Libertadores de América (certamente isso vem ocorrendo a muito tempo). Tudo isso escancarado no escândalo “Panamá Papers”.
Pois bem, uma medida importante para a moralização de nosso meio futebolístico passou a integrar nosso arcabouço legal. A Lei n. 13.155/15 denominada PROFUT (Programa de modernização da gestão e de responsabilidade fiscal do futebol brasileiro), que introduz um, não somente benéfico parcelamento, mas também uma imposição de regras e condutas para aqueles que querem se profissionalizar e moralizar definitivamente esse esporte.
Para tanto, o PROFUT obrigou os clubes que aderiram ao plano de parcelamento de débitos, a fazerem mudanças em suas administrações e gestões. A governança corporativa desportiva e ocompliance formam o ponto primordial dessas obrigações, são peças fundamentais para esse motor girar de forma equilibrada e sadia (e honesta). Entretanto, e infelizmente, não foi isso que vem se constatando a partir de então.
Os vícios e “manias toscas” que sempre envolveram os gestores do futebol continuam, sem qualquer novo mecanismo ou vontade para mudar o que já era ruim e hoje, muito pior, que é a administração do futebol brasileiro.
O interesse por uma boa gestão com aplicação de sistemas de governança corporativa, passam de largo pelos clubes nacionais e, o sistema de segurança anticorrupção – compliance – esqueçam – não existe.
Isso sequer é discutido no meio, pois ao aplicar o sistema dentro de um clube, sabemos que muitas condições espúrias não mais fariam parte do cotidiano das agremiações e de seus gestores. A governança corporativa juntamente com uma gestão profissional e um compliance forte, certamente levariam o clube a novos conceitos éticos, com condutas controladas e vigiadas por sistemas operacionais de segurança em compliance que não permitiria qualquer deslize de gestão. E o que poderia ser um deslize de gestão, quando não fiscalizado e sem governança? Todos nós sabemos, basta exercitar a lembrança que aparecem inúmeros casos e situações que já ocorreram e continuaram ocorrendo em todo nosso “País do futebol”. Vestir a camisa da seleção brasileira na atual conjuntura para mostrar patriotismo não é a melhor das ideias. O conteúdo de mal feitos e atos espúrios desfaz qualquer sensação de integridade e honradez dessa histórica riqueza de nosso País.
Lamentável, mas importante frisar, enquanto isso existir, previnam-se, o futebol brasileiro continuará em frangalhos, com apenas um ganhador, sempre! O cartola.
Antonio carlos Morad