É justo um empresário que, encontrando-se em situação precária com sua empresa, estando comprometido com excesso de passivos e negativações junto aos órgãos de proteção ao crédito, dar início a uma nova empresa em nome de filhos, ou esposa, ou qualquer outro ente familiar?
Transferir sua operação para uma nova empresa que será constituída em nome de parentes?
E a operação em si? Será que transferindo para terceiros, ela se revigorará?
Obvio que não. Se um negócio, qualquer que seja, se desequilibra em algum momento, se desequilibrará novamente e, em nome de filhos, esposas, ou pais e mães.
Como conter isso?
Primeiramente mudando a gestão da empresa. No momento em que o proprietário da empresa entender (logicamente se conseguir entender), que seu negócio está doente por sua culpa, pois sempre, administradores acabam por culpar o mercado ou algum evento externo, nunca sua própria gestão, suas escolhas ou seus objetivos.
Quando esse empreendedor fizer tais modificações entendendo que está fazendo algo para revitalizar e dar um novo início ao negócio, estará errando novamente. Não se utiliza de filhos para promover subterfúgios, muito menos cônjuges.
A mudança da gestão, a reestruturação com base em análises de profissionais e o uso de advogados competentes que dominem a área com alto grau de conhecimento serão o cerne para uma mudança eficiente.
Sem reestruturações e mudanças radicais, tudo continuará igual, onde os vícios continuaram sempre os mesmos, momento em que o empresário verá seu patrimônio físico minguar e, o mais importante, ver a desagregação de sua família a olhos nus.
Por esse motivo e por tantas outras questões, nossos legisladores quando elaboraram as normas pertinente a tais fatos, dificultaram o ingresso de jovens em empresas, ou coibiram casais em constituir empresas em comum, em vários casos (vide art. 977 CC).
O exercício de ideias é muito importante para nossas consciências, mas a busca por experts que também possam fazer esse exercício de forma fria, calculada, contundentemente hábil e renovadora, é primordial.
Certo é que, quem não buscar auxílio nesse contesto obscuro de recessão e Pandemia, verá muitos bondes dourados passando a sua frente…
ANTONIO CARLOS MORAD
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